Taxa básica de juros atingiu o menor patamar desde maio de 2022, uma diminuição que já era prevista pelo mercado financeiro.
BRASIL – Após o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, diminuir a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, passando para 12,25% ao ano, especialistas avaliam que o resultado ajuda a promover um crescimento em determinados setores da economia.
O incentivo maior deve ir para os setores que dependem diretamente do crédito, como o imobiliário, de consumo e automobilístico. É o que destaca o economista Newton Marques.
“Sempre o setor que leva a redução da Selic de forma positiva é aquele que precisa reduzir as suas taxas de juros ou mesmo aqueles que devem ao sistema financeiro. Então, toda redução da Selic vai aliviar o custo do dinheiro para essas pessoas”, diz. “Todas as vezes que se fala em redução da taxa básica de juros, tem que ser levado em consideração que vai afetar consumidores e investidores. Os consumidores não necessariamente têm recursos para financiar todas as compras”, completa Marques.
A Selic teve seu terceiro corte seguido e alcançou seu patamar mais baixo desde maio de 2022, quando estava fixada em 11,75% ao ano. Na avaliação de Thaís Zara, que atua como economista sênior da LCA Consultores, o benefício também deve atingir empresas.
Economistas preveem uma continuidade nos cortes da Selic
“A perspectiva é que esta redução continue, porque o Brasil tem a maior taxa básica de juros do mundo, e isso é um custo grande para a economia brasileira. Esse ciclo de redução nas taxas pode, inclusive, ser intensificado”, diz Fernando de Aquino, economista e conselheiro coordenador da Comissão de Política Econômica do Cofecon (Conselho Federal de Economia).
Renan Pieri, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), acredita que o corte não deve estimular mais a inflação em razão de ter sido uma medida anunciada, esperada pelo mercado.
“Ainda é um patamar bastante alto comparado a outros países, mas a tendência de queda é positiva para a economia brasileira e se deve à recente redução das expectativas de inflação por conta do mercado”, explica. Para Pieri, o cenário provável é que o barateamento do custo de crédito também gere a oportunidade de aumento na taxa de empregos e do PIB.
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